Prefeito tucano de Manaus quer Tasso Jereissati na disputa eleitoral de 2018

Com a aproximação do pleito eleitoral de 2018, e com os principais nomes à corrida presidencial “encrencados”, os partidos políticos estão em um verdadeiro exercício de ‘quebra cabeças’, para encontrarem nomes que possam enfrentar o eleitorado sem riscos de total naufrágio eleitoral.

Um dos exemplos é o que vem ocorrendo com o PSDB. O partido que já havia sinalizado que o ex-governador de São Paulo, Geraldo Alckmin, poderia ser o candidato ao Palácio do Planalto, hoje já pensa diferente. Pois Alckmin, entrou na mira do Ministério Público e já é investigado por supostos atos de corrupção durante seus anos à frente do governo paulista.

E para tentar encontrar um nome que venha evitar decepção nas eleições, um dos líderes nacionais da agremiação, o prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, sugeriu o nome do senador pelo Ceará, Tasso Jereisati em substituição ao paulista.

A informação foi divulgada, neste domingo (22), no blog de Josias de Souza no UOL.

“Tasso talvez não ganhe a eleição. Mas conduzirá a refundação do partido”, disse Virgílio ao blog. “E não está descartada a hipótese de o Tasso surpreender aos que esperam do PSDB um Alckmin comportadinho e derrotadinho”.

Em novembro de 2017, Tasso ocupava a presidência do PSDB interinamente e falava em “refundar” o ninho. Foi destituído por Aécio Neves, então presidente licenciado do partido. Na sequência, Alckmin foi entronizado no comando partidário.

Análise

Para Virgílio, o eleitor já não distingue o PSDB do PMDB, o que é muito ruim. Mas ele acha que há males que vêm para pior: “Se distinguisse seria muito pior para nós, por que o PMDB nunca despertou a esperança que o PSDB inspirou um dia”. Nesse cenário, declarou o prefeito, o tucanato precisa admitir que o risco de derrota é real. De resto, defende a adoção de providências imediatas para reduzir os danos.

“Se a possibilidade de derrota existe, precisamos considerar a alternativa de perder com dignidade máxima. Por isso defendo que coloquemos o Tasso como candidato. Ele entraria na disputa sem nenhum contendioso judicial, com plenas condições de atacar duramente esse quadro de desmoralização que se instalou na política brasileira. Seria um candidato propositivo, com uma visão de Nordeste e de Norte. Como empresário, é respeitado no Sudeste, Sul e Centro-Oeste”.

Vigílio acredita que, com Alckmin, a derrota transformaria o PSDB em linha auxiliar do próximo presidente, um partido que trocaria a adesão por ministérios e diretorias financeiras. Ele ainda considera que o discurso de Alckmin é aguado e evasivo.

“O Geraldo revelou-se incapaz de dizer o que precisa ser dito. Está cuidadoso, medindo as palavras, usando luvas de pelica. Preocupa-se com um eleitorado que não tem. Deveria falar francamente sobre a inevitável reforma da Previdência, sobre as necessárias privatizações”.

Pesquisa

No Datafolha mais recente, divulgado há uma semana, Alckmin amealhou 7% das intenções de voto no cenário mais provável, sem Lula. “Perde votos em São Paulo e está atrás do Álvaro Dias na região Sul. Ele não entra aqui no Norte, o que é grave. Não entra no Nordeste, o que é gravíssimo. Joaquim Barbosa (9% no Datafolha) já está na frente do Geraldo, mesmo sem ter assumido a candidatura”, contabiliza Virgílio.

Após desistir de disputar com Alckmin uma prévia para a escolha do candidato do PSDB ao Planalto, Virgílio havia imposto a si mesmo o que chamou de “quarentena”. Não queria parecer “implicante”, ele afirma. “Mas não acho correto estender isso pela eternidade”, justifica-se, antes de esclarecer o que gostaria que Alckmin fizesse:

“O certo mesmo seria o Geraldo fechar esse episódio com dignidade. Ele diria: ‘Não sou candidato à  Presidência da República. Percebo que não é a minha vez. Vou marchar com o meu partido, apoiando o Tasso’.” Se isso não acontecer, afirma Virgílio, nada impede o PSDB de escolher um novo candidato à revelia do atual. “Não seria o ideal. Mas não é impossível”.

Fonte: www.gazetadajurema.com.br

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