Matéria de Ana Clara Costa para o Globo revela que a Justiça Federal do Ceará autorizou a quebra dos sigilos bancário e fiscal do senador Cid Gomes (PDT-CE) e do governador do Ceará Camilo Santana (PT-CE) no âmbito do inquérito que apura a concessão de benefícios tributários a empresas do grupo J&F, dos irmãos Joesley e Wesley Batista, em troca de contribuição para campanhas políticas.

De acordo com o jormal, o sigilo foi afastado entre  para o período compreendido entre janeiro de 2011 a dezembro de 2017 e atendeu a pedido feito pela Polícia Federal e validado pelo Ministério Público Federal (MPF). “Nós perguntamos quanto ele esperava de doação, ele falou que esperava de nós R$ 20 milhões. Eu falei ‘governador, impossível eu contribuir com R$ 20 milhões, enquanto o Estado me deve R$ 110 milhões e não me paga. Difícil trabalhar no Estado”, contou Wesley Batista, em seu termo de delação. “Ele não falou nada. Saiu, falou ‘tá bom, deixa eu ver o que posso fazer sobre esse assunto”, prosseguiu o delator.

Em 2014, lembra O Globo, o estado restituiu R$ 97,5 milhões em créditos de ICMS à Cascavel Couro, subsidiária da JBS. Segundo a investigação, pessoas jurídicas que trabalharam para a campanha de Santana receberam cerca de R$ 9,8 milhões do valor depositado pela J&F por meio de contratos fictícios entregues pelos irmãos Batista à Justiça, enquanto outros R$ 10,2 milhões foram repassados como doação ao PT e ao PROS, então partido de Cid e Ciro Gomes. Além das quebras de sigilo de Gomes e Santana, outras 66 pessoas físicas e jurídicas também foram atingidas pela decisão.

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